II Seminário “Software e Cultura no Brasil”

Representantes de oito comunidades de softwares livres se reuniram na última sexta-feira (7/4) para debater sobre alternativas para editais públicos de fomento que serão lançados pelo Laboratório de Tecnologias Livres (LabLivre) em 2017.

 

As discussões, realizadas durante o II Seminário “Software e Cultura no Brasil”, fazem parte da pesquisa de mapeamento dos softwares culturais brasileiros, desenvolvida pelo LabLivre desde maio de 2016.

 

Participaram do encontro Athos Ribeiro (comunidade Fedora), Aurélio Heckert (comunidade Inkscape), Filipe Saraiva (comunidade KDE), Georges Basile Stavracas Neto (comunidade GNOME), Gustavo Mattos (comunidade Blender), João Sebastião de Oliveira Bueno (comunidade GIMP), Lucas Kanashiro (comunidade Debian) e Olivier Hallot (comunidade LibreOffice).

 

No período da manhã, os professores Sergio Amadeu da Silveira e Cláudio Penteado, da coordenação do LabLivre, apresentaram a pesquisa de mapeamento dos softwares culturais e falaram sobre as formas e modelos de financiamento disponíveis para os editais. “Eles [os editais] têm como objetivo fomentar o desenvolvimento de tecnologias e soluções livres no campo cultural, e nós estamos dispostos a ouvi-los para saber do que as comunidades precisam e como elas acham que isso deve ser feito”, disse Silveira. Poderão concorrer desenvolvedores que tenham projetos para criar ou aprimorar ferramentas e funcionalidades para esses softwares.

 

Após a apresentação inicial, o coordenador geral da Associação Software Livre.Org (ASL), Sady Jacques, destacou a importância da iniciativa do Laboratório. "A gente vem defendendo cada vez mais uma cadeia de produção nacional do software livre e isso tem tudo a ver com o que o LabLivre está se propondo a fazer. Esse momento é um marco histórico para a gente poder pensar e discutir novas alternativas, novos desenhos. E a ASL pode e deve ser utilizada intensivamente para pensar estruturas práticas, dinâmicas e em parceria especialmente com instituições que tenham um olhar para esta questão", afirmou.
 

Em seguida, os representantes das comunidades apresentaram o histórico e o funcionamento de cada uma delas. Destacaram pontos como sua dinâmica interna e estrutura, o processo de desenvolvimento dos softwares, o número de colaboradores no Brasil e no exterior, e os mecanismos para a tomada de decisões, entre outros.

 

Durante a tarde, os convidados apresentaram os softwares mantidos pelas comunidades das quais participam e apontaram suas principais demandas de desenvolvimento. Na etapa seguinte, foram debatidas sugestões para as questões relacionadas à atividade-fim dos editais, tais como tempo de desenvolvimento e manutenção, valores destinados a cada projeto, contrapartidas, além de modelos e critérios de contratação. Entre as principais alternativas discutidas, destacam-se os modelos de bolsa de pesquisa, tutoria (como no projeto Google Summer of Code) e contratação direta de autônomos.

 

Ao final, os participantes sugeriram a criação de uma lista de discussão sobre o tema e a realização de novos encontros presenciais e virtuais. O Laboratório continuará a ouvir as comunidades interessadas e, nos próximos meses, divulgará uma minuta de edital para consulta.

 

 

De pé: Olivier Hallot (LibreOffice), João Bueno (GIMP), Gustavo Mattos (Blender),

Filipe Saraiva (KDE), Aurélio Heckert (Inkscape) e Jerônimo Pellegrini (coordenador do LabLivre).

Agachados: Carla Oliveira (pesquisadora), Athos Ribeiro (Fedora), Georges Basile (GNOME),

Lucas Kanashiro (Debian) e Sady Jacques (ASL)

 

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